Após horas de pé acompanhando o desfilar do maior dos planetas no céu noturno, finalmente consegui obter fotografia de Júpiter com a ajuda de uma câmera de celular.
Quinta-feira, 21 de Fevereiro, quase dez horas da noite e eu acompanhando o pingo de luz bem brilhante que passeava pelo céu negro. Era Júpiter o maior dos planetas do sistema solar que está a 737,31 milhões de km da Terra. A olho nu o astro assemelha-se a uma estrela muito brilhante. Infelizmente não é possível fotografá-lo diretamente com um celular comum, porque simplesmente seu brilho, embora intenso, é imperceptível à câmera, mesmo operando no modo noturno. Fotografar objetos longínquos requer instrumentos mais aguçados. Utilizei um telescópio astronômico newtoniano (tipo de telescópio que utiliza um espelho côncavo em vez da lente objetiva dos modelos refratores) de 114 mm de abertura (diâmetro do espelho). Com uma lente barlow (lente utilizada para aumentar a "potência" de um telescópio) e ocular (lente onde colocamos um dos olhos para enxergar) de 25mm, obtive um aumento de 72 vezes. O astro mostrou-se na ocular como uma bolinha amarelada acompanhada por quatro "estrelas companheiras" que são na verdade seus quatro satélites naturais descobertos por Galileu: Io, Ganimedes, Europa e Calisto- também chamados, por isso, de luas ou satélites galileanos (ao todo, Júpiter possui 63 luas). A utilização da câmera de celular para astronomia não é o caso mais ideal, tive que configurá-la para o modo de máximo brilho para que pudesse detectar a presença de Júpiter e posicioná-la frente à ocular. A fotografia obtida é uma bolinha tímida no céu escuro como mostrada abaixo, embora presentes, os satélites galileanos não são percebidos imediatamente pela câmera.
Júpiter com aumento de 72 vezes feito por telescópio e fotografado com câmera de celular de 3.4 MP |
Entretanto, ampliando a imagem por meio do computador, é possível perceber a presença tímida de Io, Europa e Ganimedes como nuances de tons claros na imagem.
A identificação do planeta em meio a tantas outras milhares de estrelas no céu noturno se dá por auxílio de programa de computador para Astronomia. O utilizado foi o conhecido Stellarium 0.11.4, programa que identifica o posicionamento dos astros e como estão seus posicionamentos quando observados pela ocular de um telescópio. Abaixo encontra-se a imagem da simulação feita pelo programa sobre o posicionamento de Júpiter e seus satélites galileanos.
Compare a imagem da simulação com a fotografia feita por mim. Perceba a ótima concordância entre o observado e o previsto pelo programa. Programas assim são excelentes e indispensáveis para a prática da astronomia amadora.
Por Profº Wesley Boracchi
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